A fobia financeira é mais comum do que imaginamos. E atinge grande parte das pessoas.
LEIA MAIS:
Consultor financeiro pessoal em 2021: qual a real função?
8 coisas que atrapalham a vida financeira
4 dicas para manter a paz financeira em casa
Falar sobre esse tema não é falar sobre o medo das pessoas de encostar em notas ou ir até um caixa eletrônico. Não!
O problema das pessoas que possuem esse tipo de fobia é com relação ao controle financeiro como um todo.
Essas pessoas não conseguem, por mais que tentem e tentem, se programar financeiramente, pagar contar corretamente, fazer bons investimentos, entre outros pontos.
É fato que muitas pessoas – a maioria, acredito eu – deseja alcançar a prosperidade financeira, ter controle do seu dinheiro. E essas pessoas podem até tentar, seja por meio de anotações, planilhas, aplicativos, mas nunca consegue obter êxito.
O motivo disso é mais relevante do que imaginamos.
Envolve o passado, mais precisamente a infância, onde comportamentos e situações deixaram marcas profundas que permanecem no inconsciente dessas pessoas e provocam essa fobia financeira.
Estudo sobre fobia financeira
Um estudo sobre fobia financeira, realizado pela Universidade de Cambridge em 2003, chamado de “Investment Phobia”, constatou que uma em cada cinco pessoas possui um medo dentro de si com relação ao dinheiro.
Os comportamentos variam: elas não gostam de conversar e até mesmo de falar sobre assuntos relacionados a dinheiro, seja sobre uma simples conta a pagar ou sobre dívidas, planejamento, investimentos, etc.
A pesquisa contou com a participação de 43 países, entre eles o Brasil.
As margens de conclusão são esclarecedoras.
Os resultados mostram que o medo de não ter recursos financeiros para se sustentar atinge 23% das mulheres e 18% dos homens, com graus de intensidade variáveis.
O objetivo da pesquisa, em si, era traçar o perfil de pessoas que tem grande repulsa ao dinheiro e as questões financeiras.
Outro resultado interessante é relacionado ao fato de que 20% dos participantes evita saber se sua conta está negativa, se vai entrar no cheque especial ou se possui dívidas em seu nome.
Além disso, 54% das pessoas relataram apreensão ao lidar com seu dinheiro e 38% total desinteresse ao se deparar com uma situação onde tem de colocar a mão na massa e resolver seus assuntos financeiros.
Ademais, 45% das pessoas diagnosticadas com fobia financeira apresentam sintomas como taquicardia ao terem de lidar com situações relacionados ao dinheiro. 12% apresentam níveis de cansaço e 11% sofrem com tonturas.
Aliás, os sintomas podem variar e todos eles têm o seu modo particular de prejudicar o indivíduo.
Sintomas da fobia financeira
Alguns sintomas da fobia financeira são mais claros e comuns do que outros, porém cada um deles merece atenção e cuidado.
O assunto é bastante delicado e precisa de um grande estudo de caso para ser solucionado.
Existem alguns sinais que podem estar relacionados a fobia financeira, tais como:
- Ao pensar nas contas e na sua realidade financeira, a pessoa sente o coração acelerar e começa a transpirar de pânico;
- Ao receber extratos, faturas e boletos referentes as suas contas, ela tende a não abri-los com medo de encontrar resultados negativos, como o saldo de sua conta;
- Ao se deparar com uma situação onde não conseguirá arcar com as suas despesas, ela se apavora e prefere não encarar a realidade;
- Essas pessoas não conseguem ter uma conversa franca sobre o dinheiro sem ficarem nervosas e estressadas, portanto, fogem sempre do assunto;
- Ao lidar com dinheiro, sentem-se ansiosas, estressadas e apreensivas;
- Chegam, até mesmo, a ter insônia ao ficarem pensando demais em temas como dinheiro, dívidas e futuro;
- Evitam estar por dentro do assunto, seja por meio da leitura ou por acompanhar notícias sobre finanças;
- Costumam sentir dores crônicas na região de pescoço, ombros, costas e outras partes do corpo, ocasionadas por um motivo que não se sabe explicar.
Quais os motivos da fobia financeira
Alguns motivos que causam a fobia financeira foram estipulados pelo estudo de 2003.
As origens podem variar, mas seguem um determinado padrão.
Procrastinação
A procrastinação, por exemplo, é um dos fatores que chama mais a atenção.
O ato de sempre estar adiando e deixando para depois é comum em muitas pessoas e em diversos momentos da vida.
Os entrevistados da pesquisa de Cambridge, relataram que evitavam lidar com situações que envolviam o próprio dinheiro por escolha própria.
Porém, os relatos dizem que essas pessoas, posteriormente, se sentiram culpadas pela situação, que normalmente acabou saindo de controle, tornando-se uma fobia.
Falta de confiança
A falta de confiança também é um dos fatores que causam a fobia financeira.
As pessoas que não conseguem de forma alguma entender dados, números, gráficos, planilhas e demais tópicos relacionados ao dinheiro, desenvolvem um grande receio ao ter que lidar com o tema.
Elas acham, mesmo sem tentar, que não conseguirão entender nada e se embolando todas com seu dinheiro.
Em casos assim, a falta de confiança desenvolve a fobia financeira por meio da ausência de conhecimento e de educação financeira.
Isso faz com que essas pessoas tenham um grande medo de perder dinheiro, simplesmente por optarem por decisões e estratégias erradas.
Sendo assim, elas preferem não se envolver no assunto e conformam-se com a sua situação atual, a zona de conforto, optando até mesmo por investimentos não tão atrativos, como a poupança por exemplo.
Frustração
Outro motivo comum causador da fobia financeira é a frustração.
Mas como assim frustração?
Isso ocorre com pessoas que sempre tiveram controle das suas finanças, mas que sofreram com perdas inesperadas, devido a eventos isolados.
Ao passar por esse tipo de trauma, elas constroem um forte medo, que as impedem de se relacionar bem novamente com o próprio dinheiro.
Traumas na infância
Aqui, temos um dos principais motivos da fobia financeira.
O que acontece é que muitas pessoas possuem, interiormente, questões financeiras que precisam ser resolvidas.
Mas o que é essa questão interna que muitas pessoas enfrentam?
Muitas vezes essas pessoas tem o pensamento de que mexer com as finanças, entender a situação financeira, as contas, conferir o extrato de conta corrente, etc, pode causar dor.
Mas porque dor?
Porque, na infância, essa pessoa aprendeu, observando o comportamento da sua família, que lidar ou até mesmo falar sobre finanças só gera dor de cabeça e confusão.
Em casos assim, é preciso fazer um exercício de autoconhecimento e repensar tudo o que se entende sobre a sua realidade financeira.
Porque essa postura de não querer estar envolvido com as próprias finanças vai muito além de somente não cuidar ou não dar valor ao dinheiro.
Pessoas marcadas financeiramente na infância possuem um bloqueio ao lidar com o dinheiro.
Elas realmente sentem dor ao ter de fazer isso, pois foi o que elas aprenderam quando crianças.
Ao se deparar com uma situação onde é preciso lidar com o dinheiro, elas se esquivam e se blindam, pois sabem que ao encarar os fatos frente a frente não conseguirão relaxar e tomar decisões acertadas.
Elas tendem a tentar, tentar, fazer, fazer, mas nunca terminam o trabalho, pois internamente se autossabotam pelo medo vindo da infância.
Essas experiências negativas associam-se negativamente ao seu modo de agir no futuro.
Se você sempre via seus pais preocupados e ansiosos com as finanças, isso pode ter te afetado e resultados na forma como você age hoje com o seu próprio dinheiro.
Esses são padrões que o próprio cérebro cria desde a infância e que, como o passar do tempo, enraízam-se como crenças.
Como encarar a fobia financeira?
As formas e métodos de se tratar a fobia financeira dependem bastante de cada caso.
A gravidade de cada pessoa é o que definirá qual é o melhor caminho a se tomar para se livrar desse mal.
Para se ter noção, como já citamos, em alguns casos a fobia financeira pode causar até mesmo mal-estar físico, culminando em problemas como insônia, ansiedade, gastrite e abalando o psicológico e o emocional.
A avaliação do quadro referente a fobia financeira é, mais recomendado por especialistas, de ser feito em um passo a passo.
Conversar com uma pessoa de confiança, como por exemplo algum amigo ou parente, antes mesmo de procurar um consultor financeiro é essencial.
Quem sofre com a fobia financeira tende a ter um bloqueio que lhe impede de tomar decisões importantes. Tais decisões são aquelas que lhe fariam superar seus problemas financeiros e tornar menos pior o seu descontrole.
Caso a pessoa não consiga falar sobre o assunto mesmo assim, a ajuda se tornará ainda mais complicada.
A primeira barreira é essa e tem que ser superada, caso contrário somente um tratamento psicanalítico será capaz de fazer a pessoa se abrir e dizer o que deve ser dito.
Quando essa despreocupação em falar sobre as finanças acontece, o trabalho e as estratégias para mudar a situação financeira e driblar a fobia financeira começam.
O ideal é colocar todos os problemas e falhas financeiras, seja por meio de conta, extratos, no papel e encarar tudo isso de cabeça erguida, frente a frente.
As vezes, a fobia financeira é traiçoeira e nos faz enxergar um situação de uma forma pior do que ela realmente é.
Procurar um consultor financeiro especializado nessa área da psicanálise é de grande valia também.
Com esse conhecimento, esse consultor/psicanalista poderá analisar e entender a situação financeira como um todo. Com uma visão tanto da parte financeira, como também do emocional do seu cliente.
A partir disso, um planejamento financeiro concreto e estratégico é elaborado, com a real dimensão de dificuldade exposta claramente.
Cada dívida, problema ou restrição referente ao dinheiro, contará com uma maneira de desenvolvimento, que resultará na eliminação das mesmas.
Além disso, cabe também a pessoa que sofre com a fobia financeira, após esses passos, tentar se inteirar um pouco sobre o mundo das finanças, uma vez que esse medo já tenha sido encarado, com a ajuda de um psicanalista. Assim, ela entenderá que a dificuldade que imaginava existir, pode ser superada com muito estudo e atenção.
Isso é importante para futuramente quitar todas as dívidas e conseguir realizar investimentos benéficos para o seu dinheiro.
Falar sobre dinheiro é essencial
Como vimos, a fobia financeira provoca um simples medo e ansiedade somente ao se aproximar de uma conversa sobre o tema finanças.
Entretanto, é impossível ignorar que o dinheiro influencia a vida de todos nós. E tudo bem aceitar isso.
O que não podemos fazer é ver o dinheiro como um vilão. Ele está ali e sempre vai estar, esperando que alguém o ganhe.
O estudo citado no começo deste texto expõe dados que comprovam que o medo de não conseguir se sustentar atinge grande parte da população mundial.
Sendo assim, encarar a fobia, procurar um tratamento especial com um psicanalista e lidar com os fatos de cabeça erguida é muito importante.
Não se pode ignorar essa situação para sempre e viver como se nada estivesse acontecendo.
Quando antes aprendermos a lidar com isso, antes entenderemos que a situação não é tão grave como imaginamos e que o caminho para se livrar dela só depende de nós.
Superar a fobia financeira pode não ser tão fácil, mas também está longe de ser complicado ao máximo.
O suporte de profissionais do ramo, como já disse, serve também como base para nos empurrar cada vez mais rumo ao nosso objetivo.
Com isso, podemos fazer parte de um outro dado também mostrado pela pesquisa realizada por Cambridge, onde é mostrado que 30% da população sente-se mais feliz quando tem o controle das suas finanças.
Conclusão
Assim como em todo o setor da nossa vida, sempre haverão medos que precisamos enfrentar.
Porém, o que pensamos – e é prejudicial – é que esses problemas são insuperáveis. Mas não. Não é e não precisa ser.
A fobia financeira obedece a uma rota que, se respeitada, pode e será superada.
Trata-se de uma combinação de dessensibilização e delegação.
Ou seja, é preciso reconhecer o problema em sua raiz, primeiramente, para começar a tomar atitudes que ajudarão o seu controle financeiro a prosperar.
Lá no começo do texto, falei que a maioria – se não todas – das pessoas desejam a prosperidade financeira.
E o fato é que ela pode ser alcançada, independentemente da situação a ser enfrentada.
Seja qual for o caso, existe uma cura e um caminho a ser seguido e com a ajuda de um profissional tudo fica muito mais fácil.
Em muitos alguns casos, começar com uma ajuda de um psicanalista é enriquecedor e gratificante.
Em outros casos, traçar uma jornada de auto conhecimento e auto confiança seja essencial antes de partir para ação.
A ideia é que controlar as suas finanças resultará em um futuro mais feliz, mais produtivo e que fará não somente bem a você, como também a todos que estão ao seu redor.
Não devemos ver o dinheiro como um adversário, essa é uma forma errada de encarar a situação.
Precisamos ter em mente que ele mais nos ajuda do que nos atrapalha.
E que lidar com ele depende, exclusivamente, de nós mesmos.
A pesquisa de Cambridge mostra uma realidade muito comum. E isso é um obstáculo a ser superado que não está somente no seu caminho.
A fobia financeira é uma realidade de um grande número de pessoas.
Então, ao se encontrar nessa situação, não se sinta sozinho e desamparado, procure a ajuda de um psicanalista especializado em finanças.
Eu lhe garanto que muitas pessoas já enfrentaram e esse mal e venceram.
E você, com certeza, também será uma delas.
Quando entendermos que buscar a nossa felicidade a todo custo é o que nos dá motivo e razão para viver e prosperar, entenderemos que nada é tão difícil que não possa ser superado, com calma, estudo, ajuda e estratégia.
Ainda mais em tempos de pandemia como o que vivemos atualmente, esse problema das pessoas com a fobia financeira é mais comum do que imaginamos.
O que está ao nosso redor, com certeza, influencia diretamente nas coisas que pensamos e nas atitudes que tomamos.
Sendo assim, entender também que fatores externos e alheios não dependem de você é necessário.
Saber traçar duas linhas paralelas, entre a realidade global e a sua realidade particular, é o que nos faz ter a visão de que o que está em uma linha não necessariamente atinge a outra.
Talvez influencie ou faça a diferença em algum momento, mas afetar, atrapalhar e prejudicar, só dependerá de nós mesmos.
Se deixarmos, com certeza isso vai acontecer. Mas se encararmos como adultos, como pessoas responsáveis e preocupadas com o futuro, preocupadas em ser feliz e poder dar felicidade aqueles que amamos, poderemos superar isso da melhor forma.
E aí, você se identificou com o tema? Você se encontra em uma posição onde vê a fobia financeira como realidade?
Entre em contato comigo, vamos conversar. Garanto que se leu o texto até aqui, entendeu que essa fobia financeira não é insuperável e que temos muitas formas de encará-la.
O “X” da questão é possuir a consciência de que se tem o problema e a disposição para encará-lo, mostrando-o que não é ele e nem nenhum outro obstáculo que te impedirá de ser feliz e alcançar os seus objetivos.
Blinde a sua mente, trabalhe forte, estude bastante, procure ajuda se necessário.
Fazer o bem a nós mesmos é a nossa maior arma contra qualquer inimigo que busca nos distrair no caminho rumo ao que mais desejamos: a felicidade.